– A insuficiência cardíaca, popularmente chamada de “coração grande”, é uma condição séria que afeta milhões de pessoas em todo o mundo.
– Quando o coração não consegue bombear sangue de forma eficiente, os órgãos e tecidos do corpo sofrem com a falta de oxigênio e nutrientes.
– Este artigo explica de forma simples o que é a insuficiência cardíaca, seus sintomas, causas, tratamentos e como viver melhor com essa condição.

Qual é o médico que cuida da insuficiência cardíaca?
– O Cardiologista é o especialista em diagnosticar, tratar e acompanhar pacientes com insuficiência cardíaca e suas complicações.
– O Dr. Fernando Chiodini é médico cardiologista formado pelo melhor hospital especializado em cardiologia do país: Instituto do Coração da USP.
– Possui grande experiência no assunto, e acompanha vários pacientes com esta doença tão grave, avaliando de forma individual o melhor tratamento para seu controle. Também atua prevenindo e identificando as complicações dessa doença tão comum.

Veja algumas opiniões de pacientes reais do Dr. Fernando
Sumário
O quão grave é o diagnóstico de “coração grande”?
– A insuficiência cardíaca é uma das doenças cardiovasculares mais comuns no mundo.
– Estima-se que cerca de 26 milhões de pessoas sofram com essa condição globalmente, e no Brasil, mais de 2 milhões de pessoas são afetadas.
– Ela é uma das principais causas de hospitalização em adultos acima de 65 anos.
– A gravidade varia de leve a severa. Em estágios iniciais, a pessoa pode apresentar poucos sintomas, mas com o tempo, a condição pode evoluir e levar a complicações graves, como arritmias, insuficiência renal e até mesmo a morte súbita.
– Se não tratado e acompanhado adequadamente, pode-se ter uma sobrevida PIOR do que um paciente portador de câncer de mama, intestino ou próstata, por exemplo.
Impacto na Saúde
– A insuficiência cardíaca afeta a qualidade de vida de forma significativa. Pacientes podem sentir limitação para realizar atividades simples do dia a dia, como subir escadas ou caminhar por curtas distâncias.
– Além disso, o impacto psicológico também é considerável, pois o medo de complicações pode gerar ansiedade e depressão.
– O sistema de saúde também sofre com a sobrecarga causada pelas hospitalizações frequentes e pelos altos custos do tratamento. Esta doença é responsável por uma alta taxa de internações e readmissões hospitalares.
Principais Doenças que Causam Insuficiência Cardíaca
– Diversas condições podem levar a esta doença, vamos mostrar aqui as mais importantes no Brasil:
Infarto do Miocárdio e Doença Arterial Coronariana:
– Um ataque cardíaco ocorre quando uma ou mais artérias coronárias ficam bloqueadas, geralmente causado pelo acúmulo de placas de gordura (aterosclerose) ou pela formação de um coágulo, impedindo o fluxo sanguíneo adequado para o músculo cardíaco.
– A falta de oxigênio danifica o tecido do músculo cardíaco, comprometendo sua capacidade de se contrair e bombear sangue de forma eficiente.
– Dependendo da gravidade e da área afetada, o infarto pode levar à insuficiência cardíaca, aumentando o tamanho do coração e reduzindo sua função.
– É a PRINCIPAL CAUSA DE “coração grande” no Brasil.
– Caso queira saber mais sobre o infarto, CLIQUE AQUI.
Hipertensão Arterial:
– A pressão alta não tratada durante vários anos, força o coração a trabalhar mais, levando ao seu enfraquecimento com o tempo.
– É a SEGUNDA PRINCIPAL CAUSA DE “coração grande” no Brasil.
– Caso queira saber mais sobre hipertensão arterial, CLIQUE AQUI.
Doença de Chagas
– Causada pelo parasita Trypanosoma cruzi, a doença de Chagas é uma importante causa de insuficiência cardíaca na América Latina.
– O parasita pode danificar o músculo cardíaco e o sistema elétrico do coração, levando a cardiomiopatia chagásica, arritmias graves e insuficiência cardíaca.
– O diagnóstico precoce e o tratamento adequado são essenciais para controlar a progressão da doença e reduzir o risco de complicações.
– É a TERCEIRA PRINCIPAL CAUSA DE “coração grande” no Brasil.
– Caso queira saber mais sobre a doença de Chagas, CLIQUE AQUI.
Cardiomiopatias:
– Em sua maioria, são doenças genéticas que comprometem diretamente o funcionamento do músculo cardíaco.
– Os principais tipos de cardiomiopatia são:
- Miocardiopatia hipertrófica
- Amiloidose
- Cardiomiopatia dilatada
- Cardiomiopatia restritiva
- Endomiocardiofibrose
- Alcoólica: Sim! O Abuso de álcool durante anos pode levar a insuficiência cardíaca.
Doenças das Válvulas Cardíacas:
– De maneira simplificada, nosso coração possui 4 câmaras e também 4 válvulas, onde o sangue passa de uma câmara para outra.
– Caso a válvula do coração não esteja funcionando normalmente, pode gerar alterações do fluxo de sangue no coração e causar a insuficiência cardíaca.
– As principais doenças das válvulas que costuma causar o “coração grande” são:
- Estenose ou insuficiência aórtica
- Insuficiência mitral
Arritmias:
– Batimentos cardíacos irregulares, como a fibrilação atrial ou a taquicardia ventricular, podem comprometer a capacidade do coração de bombear sangue de forma eficiente.
– Isso ocorre porque o ritmo desordenado faz com que o coração trabalhe de maneira inadequada, causando sobrecarga no músculo cardíaco.
– Com o tempo, essa sobrecarga pode levar ao aumento do tamanho do coração e à insuficiência cardíaca.
– O diagnóstico precoce e o tratamento adequado das arritmias são fundamentais para prevenir esses efeitos prejudiciais.
-Caso queira saber mais sobre as arritmias cardíacas, CLIQUE AQUI.
Principais Sintomas da Insuficiência Cardíaca
– Os sintomas da insuficiência cardíaca podem variar de acordo com a gravidade da condição, os mais comuns incluem:
- Falta de Ar (Dispneia): Inicialmente durante o esforço físico e, em casos mais graves, até mesmo em repouso.
- Falta de ar ao deitar (Ortopneia): Sintomas de falta de ar que pioram ao deitar e melhoram quando se eleva a cabeceira da cama com vários travesseiros.
- Acordar a noite com falta de ar (Dispneia paroxística noturna): O acúmulo de líquido nos pulmões devido a insuficiência cardíaca causa esse sintoma bem característico. Costuma melhorar ao acordar, após aproximadamente 20 minutos.
- Inchaço (Edema): Principalmente nos tornozelos, pés e pernas, devido ao acúmulo de líquidos.
- Cansaço Excessivo: Sensação de fadiga mesmo após atividades leves.
- Tosse Persistente: Pode ser seca ou com secreção espumosa.
- Aumento do Volume Abdominal: Devido ao acúmulo de líquido.
- Palpitações: Batimentos cardíacos acelerados ou irregulares.
- Ganho de Peso Rápido: Devido à retenção de líquidos.
Quais Exames Pedir para o Diagnóstico de “coração grande”?
– O diagnóstico de insuficiência cardíaca, ou “coração grande”, envolve uma combinação de avaliação clínica e exames complementares.
– Eles ajudam o médico a confirmar o diagnóstico, identificar a causa da insuficiência cardíaca e orientar o tratamento adequado.
– Os principais exames incluem:
- Raio-X de Tórax: Ajuda a identificar o aumento do tamanho do coração e a presença de líquido nos pulmões.
- Eletrocardiograma (ECG): Detecta alterações no ritmo cardíaco e sinais de sobrecarga no coração.
- Ecocardiograma: Exame fundamental que utiliza ultrassom para avaliar o tamanho, a função e as estruturas do coração.
Imagem de ecocardiograma de um paciente portador de insuficiência cardíaca.
- Teste de Esforço (Ergométrico): O teste ergométrico, também conhecido como teste de esforço, é utilizado para avaliar o comportamento do coração durante a prática de exercícios físicos.
– Durante o exame, o paciente caminha ou corre em uma esteira ou pedala em uma bicicleta ergométrica enquanto é monitorado por eletrodos que registram a atividade elétrica do coração em tempo real.
– Através deste exame, pode-se avaliar de maneira mais acurada os sintomas de insuficiência cardíaca, além de avaliar a liberação e orientação para atividade física neste grupo de pacientes.
- Ressonância Magnética Cardíaca: Oferece imagens detalhadas do coração para avaliar a estrutura e a função cardíaca.
– Exame fundamental para o diagnóstico de cardiomiopatias.
- Angiotomografia de coronárias: A tomografia das coronárias é um exame não invasivo que cria imagens detalhadas das artérias do coração.
– Ela identifica placas de gordura ou calcificações que podem obstruir o fluxo sanguíneo.
- Cateterismo cardíaco: Exame que também avalia se existe obstruções nas artérias do coração e realiza o diagnóstico de infarto e/ou doença arterial coronariana, uma das principais causas de insuficiência cardíaca.
– Caso queira saber mais sobre o cateterismo cardíaco, CLIQUE AQUI, preparamos um conteúdo bem completo deste assunto para tirar suas dúvidas.
- Exames de Sangue: Inclui-se exames gerais, como: função renal, eletrólitos, hormônios da tireoide, hemograma, função hepática e marcadores inflamatórios.
-Além disso, pode-se incluir a dosagem de biomarcadores importantes na avaliação da insuficiência cardíaca.
– Esses biomarcadores são liberados pelo coração em resposta ao aumento da pressão e do volume dentro das câmaras cardíacas, característicos da insuficiência cardíaca.
– Níveis elevados destes biomarcadores ajudam a confirmar o diagnóstico e a diferenciar a insuficiência cardíaca de outras causas de falta de ar, como doenças pulmonares
Tratamento Não Medicamentoso da Insuficiência Cardíaca
– Mudanças no estilo de vida (aliada ao tratamento com remédios) são fundamentais para o controle da insuficiência cardíaca e para melhorar a qualidade de vida do paciente.
– As principais recomendações incluem:
- Dieta com Baixo Teor de Sódio: Reduzir o consumo de sal, para valores inferiores a 5 gramas de sal de cozinha, ajuda a controlar a retenção de líquidos.
- Restrição hídrica: Não é indicada para todos os pacientes. Mas pode ser utilizada em algum momento do tratamento.
- Controle do Peso: Manter um peso saudável reduz a carga sobre o coração.
- Atividade Física Regular: Exercícios leves a moderados, como caminhadas, ajudam a fortalecer o coração.
- Evitar Álcool e Tabaco: Ambos podem piorar a função cardíaca.
- Controle do Estresse: Práticas como meditação e ioga ajudam no bem-estar geral.
- Vacinação: Anual para influenza e antipneumocócica 23v e 13v
Tratamento Medicamentoso da Insuficiência Cardíaca
– O tratamento medicamentoso é essencial para controlar os sintomas e melhorar a função do coração.
– Os medicamentos mais comuns incluem:
- Diuréticos: Ajudam a eliminar o excesso de líquidos e reduzem o inchaço.
- Betabloqueadores: Reduzem a frequência cardíaca e a pressão arterial, melhorando a eficiência do coração.
- Inibidores da ECA e Bloqueadores dos Receptores de Angiotensina: Relaxam os vasos sanguíneos, facilitando o trabalho do coração.
- Antagonistas da Aldosterona: Reduzem a retenção de sódio e líquidos.
- Vasodilatadores: Melhoram o fluxo sanguíneo e reduzem a carga de trabalho do coração.
- Inibidores do cotransportador sódio-glicose 2 (SGLT2): Inicialmente foram medicamentos desenvolvidos para o tratamento do diabetes. Porém vários estudos observaram seu importante efeito positivo no tratamento da insuficiência cardíaca.
– O mecanismo de ação é bloquear a reabsorção de glicose pelos rins, fazendo com que o excesso de glicose seja eliminado na urina
– Existem 2 conceitos
que todo o portador de insuficiência cardíaca PRECISA CONHECER:
1º Conceito:
– Atualmente, segundo as últimas diretrizes nacionais e internacionais, o tratamento medicamentoso DEVE conter a associação dessas 4 medicações quando possível:
- Betabloqueadores
- Inibidores da ECA ou Bloqueadores dos Receptores de Angiotensina
- Antagonistas da Aldosterona
- Inibidores do cotransportador sódio-glicose 2 (SGLT2)
2º Conceito
– O tratamento medicamentoso deve ser oferecido na MÁXIMA DOSE TOLERADA pelo paciente. Quanto maior a dose, maior o benefício do medicamento em reduzir as complicações da doença e chance de morte.
Tratamento Intervencionista da Insuficiência Cardíaca
– Em casos de insuficiência cardíaca mais grave ou quando os tratamentos convencionais não são suficientes, podem ser indicados dispositivos implantáveis no coração para melhorar a função cardíaca e prevenir complicações.
– Esses dispositivos representam avanços significativos no tratamento da insuficiência cardíaca, proporcionando mais segurança e qualidade de vida para os pacientes.
– Os principais são:
CDI (Cardiodesfibrilador Implantável):
– O CDI é um dispositivo eletrônico implantado sob a pele, geralmente na região torácica, que monitora continuamente o ritmo cardíaco.
– Quando detecta arritmias graves e potencialmente fatais, como taquicardia ventricular ou fibrilação ventricular, o CDI aplica choques elétricos para restaurar o ritmo normal do coração.
– Esse dispositivo é indicado para pacientes com alto risco de morte súbita cardíaca.
Ressincronizador Cardíaco (Terapia de Ressincronização Cardíaca – TRC):
– Esse dispositivo é indicado para pacientes com insuficiência cardíaca que apresentam dissincronia nos batimentos cardíacos, ou seja, quando as câmaras do coração não contraem de forma coordenada.
– O ressincronizador envia impulsos elétricos para diferentes partes do coração, ajudando a restaurar um ritmo cardíaco mais eficiente e melhorando a capacidade de bombeamento do coração.
– Essa terapia pode aliviar sintomas, aumentar a tolerância ao exercício e reduzir hospitalizações.
Possíveis Sequelas da Insuficiência Cardíaca
– Se não tratada adequadamente, a insuficiência cardíaca pode levar a complicações graves, como:
- Arritmias Cardíacas: Podem ser potencialmente fatais.
- Insuficiência Renal: O fluxo sanguíneo reduzido pode prejudicar a função dos rins.
- Derrame Pleural: Acúmulo de líquido nos pulmões, dificultando a respiração.
- Dificuldade Respiratória Crônica: Mesmo com tratamentos, a falta de ar pode se tornar permanente.
- Morte Súbita Cardíaca: Em casos de arritmias graves não controladas.
Acompanhamento do Paciente com Insuficiência Cardíaca
– O acompanhamento médico regular é fundamental para o controle da insuficiência cardíaca. O paciente deve:
- Realizar Consultas Regulares: Para ajustar o tratamento conforme a evolução da doença.
– Lembre-se que o pilar central do tratamento da insuficiência cardíaca é manter o tratamento medicamentoso na dose máxima tolerada! E isso deve ser feito aos poucos para minimizar eventos adversos.
- Monitorar Sinais e Sintomas: Como ganho de peso rápido, aumento do inchaço ou falta de ar.
- Adotar um Estilo de Vida Saudável: Seguir as orientações sobre dieta, restrição hídrica (se necessário), exercícios e medicação.
- Participar de Programas de Reabilitação Cardíaca: Para melhorar a capacidade física e a qualidade de vida.
Conclusão
– A insuficiência cardíaca é uma condição séria, mas com o tratamento adequado e acompanhamento médico constante, é possível levar uma vida ativa e de qualidade.
– Se você apresenta sintomas ou tem fatores de risco para doenças cardíacas, procure um cardiologista para uma avaliação completa.
– O cuidado com o coração é fundamental para uma vida longa e saudável!