Dr. Fernando Chiodini – Cardiologia e Cardiologia intervencionista em Adrianópolis Manaus

– A obesidade é um dos desafios de saúde pública mais alarmantes da atualidade, afetando milhões de pessoas ao redor do mundo.

– Ela não é apenas uma questão estética, mas uma condição complexa que impacta a saúde física e mental de maneira significativa.

– Seu crescimento acelerado é preocupante, uma vez que está diretamente associada ao aumento de doenças crônicas e à redução da expectativa de vida.

Cardiologista – Dr. Fernando Chiodini

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– O Dr. Fernando Chiodini é médico cardiologista formado pelo melhor hospital especializado em cardiologia do país: Instituto do Coração da USP.

-Foi membro do corpo clínico de grandes hospitais, como Hospital Israelita Albert Einstein e Hospital Alemão Oswaldo Cruz.

Entusiasta da pesquisa científica e do ensino médico: Possui doutorado em andamento pela USP-SP, com mais de 10 artigos científicos e 4 capítulos de livros publicados. É professor do departamento de clínica médica da Universidade Federal do Amazonas.

Veja algumas opiniões de pacientes reais do Dr. Fernando

Prevalência e Gravidade

– A obesidade tem aumentado globalmente de forma alarmante. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 1 bilhão de pessoas vivem com obesidade, sendo que ela já afeta crianças, adolescentes e adultos de todas as idades.

– Além disso, estudos indicam que, se as tendências atuais persistirem, até 2030 quase metade da população mundial poderá estar com sobrepeso ou obesidade.

– Hábitos de vida pouco saudáveis, sedentarismo, ingestão excessiva de alimentos ultraprocessados e a falta de atividade física, têm impulsionado o crescimento dos casos de obesidade.

Impacto na Saúde

– A obesidade compromete diversos órgãos e sistemas do organismo. O excesso de tecido adiposo leva a um estado inflamatório crônico que pode desencadear uma série de complicações.

– Além do aumento do risco de doenças cardiovasculares, a obesidade afeta o metabolismo, os ossos e articulações, o sistema respiratório e até a saúde mental.

– Portadores de obesidade apresentam maior prevalência de transtornos psicológicos, como ansiedade, depressão e distúrbios da imagem corporal.

– O estigma social associado ao excesso de peso também pode gerar impacto negativo na autoestima e qualidade de vida.

Principais Doenças que Podem Causar Obesidade

– Embora a obesidade seja frequentemente causada por hábitos de vida inadequados, algumas doenças podem contribuir significativamente para o ganho de peso.

– Entre as elas, destacam-se:

  • Hipotireoidismo: A redução na produção dos hormônios tireoidianos desacelera o metabolismo, favorecendo o acúmulo de gordura corporal.
  • Síndrome de Cushing: Doença rara causada pelo excesso de cortisol, um hormônio que promove o acúmulo de gordura, especialmente na região abdominal.
  • Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP): Mulheres com essa síndrome apresentam resistência à insulina e desequilíbrio hormonal, fatores que podem levar ao ganho de peso.
  • Deficiências hormonais: Alterações em certos hormônios específicos podem desregular o apetite e o metabolismo.
  • Distúrbios neuropsiquiátricos: Depressão, ansiedade e transtornos alimentares, como compulsão alimentar, podem levar ao aumento do consumo de alimentos altamente calóricos.
  • Uso de determinados medicamentos: Alguns remédios, como antidepressivos, antipsicóticos e corticoides, podem favorecer o ganho de peso.

– A identificação precoce dessas doenças e o tratamento adequado são essenciais para evitar a progressão da obesidade e suas complicações.

Principais Consequências que a Obesidade Pode Proporcionar:

Doenças cardiovasculares:

– O acúmulo de gordura nas artérias aumenta a probabilidade de arritmias cardíacas, hipertensão arterial, infarto e insuficiência cardíaca.

Diabetes tipo 2:

– A resistência à insulina é agravada pelo excesso de gordura corporal, elevando os níveis de glicose no sangue e favorecendo o desenvolvimento do diabetes.

Doenças articulares:

– O peso excessivo sobrecarrega as articulações, principalmente o quadril e joelhos, podendo causar dores crônicas e osteoartrite.

Linfedema

– O linfedema dos membros inferiores está fortemente associado à obesidade grave, especialmente em mulheres.

– Ocorre devido à compressão mecânica dos vasos linfáticos e à redução da drenagem linfática, resultando em dor, sensação de aperto, além da limitação dos movimentos.

– O linfedema também pode levar a complicações graves, como infecções recorrentes, formação de úlceras, impactos psicossociais negativos e, em casos raros, transformação maligna.

Lipedema

– O lipedema é um distúrbio doloroso caracterizado pelo acúmulo simétrico de tecido gorduroso nas pernas, afetando quase exclusivamente as mulheres.

– Embora seu mecanismo ainda não seja totalmente compreendido, acredita-se que processos inflamatórios possam estar envolvidos na progressão da doença.  

Apneia do sono:

– A obesidade pode provocar obstrução das vias respiratórias, causando pausas na respiração durante o sono e resultando em fadiga e sonolência diurna.

Dificuldade respiratória:

O aumento da gordura abdominal pode comprometer o diafragma e a função pulmonar, contribuindo para a sensação de falta de ar.

Isso ocorre especialmente em momentos de maior demanda de oxigênio, como na prática de atividade física ou em infecções respiratórias.

Além disso, a presença de chiado no peito pode se manifestar como um sintoma isolado ou agravar doenças respiratórias preexistentes, como asma e doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC).

Doenças hepáticas:

– A obesidade leva ao acúmulo exagerado de gordura no fígado. Se não tratado, a longo prazo pode evoluir para cirrose e insuficiência hepática.

Certos tipos de câncer:

– A obesidade está associada a um risco aumentado para 13 tipos de câncer, que juntos representam mais de 40% dos diagnósticos anuais de câncer.

– Os principais tipos de câncer mais associados a obesidade são: mama, próstata, colorretal e endométrio.

Saúde Mental e Transtornos Alimentares

– Um dos fatores que mais contribuem para a obesidade é o estresse psicológico, que pode levar a episódios de alimentação descontrolada.

– O estresse não apenas aumenta a quantidade de comida ingerida, mas também influencia na escolha dos alimentos, favorecendo o consumo de alimentos mais calóricos, ricos em açúcar e gorduras.

– A obesidade pode aumentar o risco de depressão. Os mecanismos exatos dessa relação ainda não estão completamente esclarecidos, porém vários fatores estão envolvidos:

  • Distúrbios do sono
  • Transtornos alimentares
  • Baixa autoestima
  • Estigma do peso
  • Dificuldades psicossociais
  • Baixa qualidade de vida

– Outro ponto relevante é que muitos medicamentos utilizados para o tratamento de transtornos mentais podem favorecer o ganho de peso. Por isso, esses riscos devem ser discutidos com os pacientes antes do início do tratamento farmacológico.

Como se Realiza o Diagnóstico da Obesidade?

– O método mais amplamente utilizado é o cálculo do Índice de Massa Corporal (IMC), que relaciona peso e altura do indivíduo (IMC = peso em kg / altura em metros ao quadrado).

Valores de IMC acima de 30 kg/m² indicam obesidade.

– Entretanto, recentemente, uma importante atualização no diagnóstico da obesidade destacou que o IMC, isoladamente, pode não ser um critério preciso para defini-la. E sugerem que outros fatores devem ser levados em consideração.

– Esses novos critérios incluem:

Medidas antropométricas:

  • Circunferência abdominal: Valores superiores a 88 cm em mulheres e 102 cm em homens é um fator de risco relevante.
  • Relação entre cintura-quadril: Valores superiores a 0,9 em homens e 0,85 em mulheres são considerados alterados.
  • Relação entre cintura-altura: Valores alterados são acima de 0,5 para ambos os gêneros

Mensuração direta da Composição Corporal:

– Métodos de mensuração direta, como a bioimpedância, permitem avaliar a quantidade de massa gorda e massa magra, fornecendo uma visão mais precisa do impacto da obesidade na saúde.

Tratamento Não Medicamentoso

– O primeiro passo no tratamento da obesidade é a adoção de hábitos saudáveis, incluindo:

Reeducação alimentar:

– Prefira alimentos naturais como frutas, verduras, legumes, grãos integrais e fontes de gordura saudável, como azeite de oliva e peixes ricos em ômega-3.

– Esses alimentos são ricos em fibras, antioxidantes e nutrientes essenciais que ajudam a controlar o colesterol, reduzir a pressão arterial e melhorar a função cardíaca.

Evite alimentos ultraprocessados, ricos em sal, açúcar e gorduras trans, pois esses componentes aumentam o risco de aterosclerose (acúmulo de placas nas artérias), hipertensão e obesidade, que são fatores de risco importantes para doenças cardiovasculares.

Dicas práticas:

  • Inclua cinco porções de frutas e vegetais por dia, garantindo variedade e cores diferentes para obter diversos nutrientes.
  • Reduza o consumo de bebidas adoçadas e refrigerantes, optando por água, chás naturais e sucos sem adição de açúcar.
  • Opte por carnes magras, como frango e peixe, e laticínios com baixo teor de gordura, limitando o consumo de carnes vermelhas e embutidos.
  • Use temperos naturais como ervas e especiarias para reduzir o uso de sal nas refeições.
  • Inclua oleaginosas (castanhas, nozes) com moderação, pois são fontes de gorduras saudáveis que beneficiam o coração.

Atividade física regular:

– Praticar exercícios regularmente ajuda a controlar o peso, reduzir o colesterol e a pressão arterial, além de fortalecer o coração.

– A recomendação é de pelo menos 150 minutos de atividade moderada por semana. Mas o que significa atividade física de moderada intensidade?

– Atividade física de moderada intensidade é aquela que aumenta a frequência cardíaca e a respiração, mas ainda permite que você mantenha uma conversa enquanto se exercita. Exemplos incluem:

  • Caminhadas rápidas: Andar em um ritmo acelerado, cerca de 5 a 6 km/h, é uma excelente forma de exercício.
  • Ciclismo leve a moderado: Pedalar em terreno plano ou com pequenas inclinações.
  • Natação recreativa: Nadar em um ritmo constante, mas confortável.
  • Dança: Atividades como dança de salão ou zumba, que combinam movimento e diversão.
  • Trabalhos domésticos intensos: Passar aspirador, jardinagem ou lavar o carro vigorosamente.

Benefícios:

  • Melhora da capacidade cardiovascular
  • Ganho de massa muscular
  • Controle de peso corporal
  • Redução do estresse e melhora do humor.
  • Controle da glicemia, do colesterol e da pressão arterial

2 IMPORTANTES ORIENTAÇÕES antes de iniciar a prática de exercícios:

  1. Antes de iniciar, consultar um cardiologista para liberação da prática de atividade física
  2. Início deve ser cauteloso, com incrementos graduais. Assim reduz a chance de lesões ou eventos adversos.

Acompanhamento psicológico:

– A terapia comportamental é um dos pilares fundamentais no tratamento da obesidade.

– O objetivo dessa abordagem é ajudar os pacientes a adotarem mudanças duradouras em seus hábitos alimentares, promovendo uma relação mais equilibrada com a comida.

– Ela auxilia no monitoramento e controle da ingestão alimentar e na identificação de gatilhos ambientais que estimulam a alimentação excessiva.

Sono adequado:

– A privação do sono pode desregular hormônios que controlam o apetite, favorecendo o ganho de peso.

– Manter uma rotina de sono saudável é um fator importante no tratamento.

Tratamento Medicamentoso

2 IMPORTANTES CONCEITOS antes de avaliar o início de medicações:

  1. A decisão deve ser individualizada e realizada após uma avaliação cuidadosa dos riscos e benefícios.
  2. Nem todos os pacientes são candidatos ao uso de medicações.

 – Uma vez indicado o uso de medicações, deve-se focar em 2 objetivos:

  1. Redução de peso: Geralmente em torno de 5-22,5% do peso original
  2. Sustentar a perda de peso

– As principais opções de medicamentos incluem:

  • Análogos de hormônios reguladores da fome (GLP-1 e GIP): Reduzem o apetite e promovem sensação de saciedade.
  • Inibidores da absorção de gordura: Diminuem a absorção de gorduras no intestino.

O uso de medicamentos deve ser sempre acompanhado por um médico para avaliar benefícios e possíveis efeitos colaterais.

Tratamento Cirúrgico

 – Para casos de obesidade refratários ao tratamento clínico e medicamentoso, o tratamento cirúrgico pode ser uma opção altamente eficaz.

– Existem diferentes tipos de procedimentos que podem ser realizados e a decisão deve ser individualizada e compartilhada com o paciente.

– Os procedimentos mais comuns são:

  • Bypass Gástrico: Consiste na redução do estômago e no desvio de parte do intestino, reduzindo a absorção de calorias e promovendo saciedade precoce.
  • Sleeve Gástrico (Gastrectomia Vertical): Remove parte do estômago, reduzindo sua capacidade e diminuindo a produção do hormônio grelina, responsável pela fome.
  • Balão Intragástrico: Procedimento não cirúrgico, onde um balão inflável é colocado no estômago para reduzir a fome e auxiliar na perda de peso.

Possíveis Sequelas da Obesidade

– A obesidade não tratada pode levar a complicações graves e permanentes, incluindo:

  • Doenças cardiovasculares avançadas;
  • Insuficiência respiratória crônica;
  • Alterações hormonais severas, impactando a fertilidade;
  • Danos irreversíveis às articulações;
  • Impactos psicológicos persistentes e agravamento de transtornos mentais.

Acompanhamento do Paciente com Obesidade

– O tratamento da obesidade deve ser contínuo e adaptado às necessidades individuais do paciente.

– O acompanhamento multidisciplinar é essencial, envolvendo profissionais como:

  • Nutricionistas: Auxiliam na criação de um plano alimentar sustentável;
  • Educadores físicos: Orientam a prática de atividades físicas seguras;
  • Psicólogos: Ajudam no tratamento de transtornos emocionais associados ao peso corporal.

Conclusão

– A obesidade é um problema global e crescente, mas pode ser enfrentada com estratégias eficazes.

– A prevenção e o tratamento precoce são fundamentais para evitar complicações e garantir uma vida mais saudável.

– Se você ou alguém próximo enfrenta esse desafio, buscar ajuda médica e iniciar um acompanhamento especializado pode fazer toda a diferença.

– A jornada para um peso saudável pode ser difícil, mas com determinação e suporte adequado, é possível recuperar a qualidade de vida e reduzir os riscos à saúde.

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