– A palpitação (“batedeira” ou arritmia) é uma condição cardíaca que pode assustar, mas nem sempre indica algo grave.
– Entretanto, em alguns casos, alterações no ritmo do coração podem sinalizar problemas mais sérios que exigem atenção e acompanhamento médico.
– Neste artigo, vamos esclarecer o que são as arritmias, como são diagnosticadas e tratadas, e por que cuidar do ritmo cardíaco é essencial para a saúde.

Qual é o médico que cuida e da palpitação e arritmia ?
– O Cardiologista é o especialista em diagnosticar, tratar e acompanhar pacientes com arritmia e suas complicações.
– O Dr. Fernando Chiodini é médico cardiologista formado pelo melhor hospital especializado em cardiologia do país : Instituto do Coração da USP.
– Possui grande experiência no assunto, inclusive é autor de um capítulo de livro da faculdade de medicina da Universidade Federal de São Paulo sobre as evidências científicas do tratamento das arritmias. Além disso, tem mais de 10 artigos científicos e 4 capítulos de livros publicados.
– Acompanha vários pacientes com arritmia, avaliando de forma individual o melhor tratamento para seu controle. Também atua prevenindo e identificando as complicações dessa doença tão comum.

Veja algumas opiniões de pacientes reais do Dr. Fernando
Sumário
O Quão Comuns e Perigosas São as Arritmias?
– Arritmia é um termo usado para se referir a vários tipos de doenças que cursam com alteração dos batimentos cardíacos.
– As principais são:
- Fibrilação atrial
- Extrassístoles
- Flutter atrial
- Taquicardia atrial e ventricular
- Bloqueios atrioventriculares
– No Brasil, estima-se que até 20 milhões de pessoas convivam com este diagnóstico. Elas podem ser sentidas por qualquer pessoa em algum momento da vida.
– A gravidade varia desde condições benignas até situações graves que aumentam significativamente o risco de infarto, insuficiência cardíaca e acidente vascular cerebral (AVC).
– Elas podem ocorrer por razões benignas, como por exemplo:
- Estresse e ansiedade
- Exercícios
- Consumo excessivo de cafeína.
- Gestação
– E também podem ser associadas a causas potencialmente graves que precisam de investigação:
- Doenças genéticas
- Uso de substâncias: Drogas, álcool
- Medicamentos
- Doenças cardíacas: INFARTO e INSUFICIÊNCIA CARDÍACA.
- Apneia do sono
- Anemias
Principais Sintomas
– Os sintomas podem variar dependendo do tipo e da gravidade, mas os mais comuns incluem:
- Sensação de “batedeira” ou batimentos acelerados no peito.
- Batimentos lentos ou irregulares.
- Falta de ar.
- Tontura ou vertigem.
- Dor ou desconforto no peito.
- Fadiga inexplicada.
- Desmaios ou quase desmaios.
– Qualquer um desses sintomas deve ser avaliado por um médico, especialmente se forem recorrentes ou acompanhados de dor no peito e desmaios.
Quais são os principais tipos de arritmia?
– As arritmias cardíacas podem ser classificadas em diferentes tipos, dependendo da origem e do impacto no coração.
– O coração de um ser humano normal, possui 4 cavidades: 2 átrios e 2 ventrículos. Quando o coração se contrai para bombear o sangue de maneira normal, é gerado o “barulho” que ouvimos do coração: “TUM-TÁ”, “TUM-TÁ”.
– Qualquer alteração provocada pelas arritmias, gera um “barulho” diferente do “TUM-TÁ” e pode provocar os sintomas de batedeira ou palpitação no peito.
– As arritmias mais comuns são:
Fibrilação ou Flutter Atrial:
– Caracteriza-se por batimentos cardíacos irregulares e rápidos dos átrios (câmaras superiores do coração).
– Estima-se que até 5 milhões de brasileiros possuam o diagnóstico de fibrilação atrial. E muitos talvez nem saibam que tenha.
– A fibrilação atrial pode aumentar o risco de AVC, pois favorece a formação de coágulos dentro do coração.
– O tratamento desta arritmia depende de vários fatores:
- Se o paciente tem sintomas ou não
- Se existe a necessidade de anticoagular (“afinar o sangue”) devido o risco acima mencionado de AVC
- Se existe ou não alterações da estrutura do coração
- O padrão de aparecimento da arritmia:
- Se está sempre presente
- Ou se ocorre às vezes somente
Extrassístoles
– São batimentos cardíacos adicionais que ocorrem antes do ritmo normal do coração. E podem ser originadas tanto dos átrios (câmaras superiores do coração), quanto dos ventrículos (câmaras inferiores do coração).
– Embora geralmente sejam benignas, extrassístoles frequentes podem indicar disfunção cardíaca e requerem monitoramento médico.
– Esta arritmia requer uma investigação detalhada, pois várias outras doenças podem estar associadas ou até mesmo ser a causa dela.
– Na maioria das vezes não requer um tratamento específico, porém existem situações na qual se precisa controlar. Esta decisão é baseada principalmente na:
- Quantidade de extrassístoles por dia (expressa em % no exame do Holter de 24 horas)
- Presença de extrassístoles durante atividade ou esforço físico
- Presença de doenças cardíacas
- Se existe sintomas associados
Taquicardia Atrial e Ventricular
– A taquicardia atrial ocorre nos átrios (câmaras superiores do coração) e normalmente são benignas e costumam não gerar sintomas ou causar dano estrutural cardíaco
– Enquanto a taquicardia ventricular origina-se nos ventrículos (câmaras inferiores do coração) e normalmente é mais perigosa. Geralmente é associada a alguma doença cardíaca e sintomas. Em alguns casos, pode levar à parada cardíaca e necessitar de tratamento emergencial.
– As taquicardias sempre requerem uma investigação detalhada, pois pode estar associado a outras doenças e causar consequências mais graves.
– Vários fatores são analisados durante a investigação e sobre a necessidade de tratamento. Os principais são:
- Quantidade de taquicardias por dia (verificada no exame do Holter de 24 horas)
- Presença de taquicardias durante atividade ou esforço físico
- Presença de doenças cardíacas
- Se existe sintomas associados
- Se é sustentada (dura mais de 30 segundos)
Bloqueios Atrioventriculares
– São falhas na condução elétrica entre os átrios e os ventrículos, podendo resultar em bradicardia (ritmo cardíaco lento).
– Os principais sintomas envolvidos são:
- Sensação de desmaio ou “pressão baixa”
- Desmaio
- Tonturas ou vertigem
- Falta de ar
– Em casos graves, também pode levar à parada cardíaca e necessitar de tratamento emergencial
Os principais tipos de bloqueios são:
- Bloqueio atrioventricular de PRIMEIRO grau
- Bloqueio atrioventricular de SEGUNDO grau
- Bloqueio atrioventricular de TERCEIRO grau
- Bloqueio atrioventricular 2:1
- Assistolia ou pausas
– As bradicardias também requerem investigação detalhada, pois pode estar associado a outras doenças e causar consequências mais graves.
– Os principais fatores analisados são:
- Quantidade de bradicardias por dia (verificada no exame do Holter de 24 horas)
- Presença de bradicardias durante atividade ou esforço físico
- Presença de doenças cardíacas
- Se existe sintomas associados
- Se existe pausas acima de 3 segundos
- Se ocorre mais durante o período do sono.
Quais Exames Pedir para o Diagnóstico?
– O diagnóstico de palpitações e arritmias exige uma combinação de histórico clínico, exame físico e exames complementares.
– Os principais exames geralmente solicitados são:
Eletrocardiograma (ECG):
– Registra a atividade elétrica do coração e pode identificar arritmias no momento do exame.
Holter 24 horas:
– Um monitor portátil que registra os batimentos cardíacos continuamente por 24 horas ou mais, ajudando a identificar arritmias intermitentes.
MAPA (Monitorização Ambulatorial da Pressão Arterial):
– Mede a pressão arterial em diferentes momentos do dia e pode ser útil em casos de palpitações associadas a picos pressóricos.
Ecocardiograma:
– Usa ultrassom para avaliar a anatomia e a função do coração, identificando possíveis doenças cardíacas como causa da arritmia.
Teste Ergométrico:
– O teste ergométrico, também conhecido como teste de esforço, é utilizado para avaliar o comportamento do coração durante a prática de exercícios físicos.
– Durante o exame, o paciente caminha ou corre em uma esteira ou pedala em uma bicicleta ergométrica enquanto é monitorado por eletrodos que registram a atividade elétrica do coração em tempo real.
– O teste ajuda a identificar possíveis isquemias (redução no fluxo sanguíneo para o coração), arritmias induzidas pelo esforço e a capacidade funcional do coração.
Estudo Eletrofisiológico:
– Trata-se de um exame invasivo que permite uma análise detalhada do sistema elétrico do coração.
– Durante o procedimento, cateteres finos são introduzidos por veias, geralmente na virilha, e guiados até o coração.
– Eles registram a atividade elétrica do coração em tempo real, ajudando a identificar áreas responsáveis por arritmias.
– O estudo eletrofisiológico é essencial em casos complexos de arritmias, especialmente quando outros exames não fornecem informações conclusivas.
– Em alguns casos, ele é combinado com a ablação por cateter para tratar a arritmia identificada no mesmo procedimento.
Como as arritmias são tratadas:
– O tratamento depende do tipo de arritmia, da causa subjacente e da gravidade dos sintomas.
– As abordagens podem incluir:
Mudanças no estilo de vida:
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– Reduzir o excesso do consumo de cafeína: Recomendado 3-4 expressos por dia somente.
– Cessar o consumo de bebidas alcoólicas e tabaco
– Gerenciamento do estresse emocional e físico
– Realizar atividade física rotineiramente
– Controle de doenças associadas:
- Hipertensão arterial
- Diabetes
- Insuficiência cardíaca
- Apneia do sono
- Obesidade
Medicamentos:
– Desempenham um papel fundamental no controle das arritmias. São utilizados de acordo com o tipo e gravidade do quadro.
– Os principais incluem:
- Betabloqueadores: Reduzem a frequência cardíaca e ajudam a controlar a sensação de palpitação.
- Bloqueadores dos Canais de Cálcio: Também são usados para controlar a frequência cardíaca. Mais utilizados em doenças específicas ou em portadores de asma.
- Anticoagulantes: Essenciais em casos de fibrilação atrial para prevenir a formação de coágulos e reduzir o risco de AVC.
- Antiarrítmicos: Eles ajudam a restaurar ou manter o ritmo cardíaco normal.
- Magnésio: Alguns estudos na literatura médica recomendam a suplementação de magnésio para controle de arritmias. Porém, tomem CUIDADO:
- É um tipo específico de magnésio que foi estudado e comprovado seu benefício
- Existe uma dosagem específica a ser suplementada por dia
- É recomendado acompanhamento da dosagem de magnésio no sangue.
– Esses medicamentos devem ser prescritos e monitorados por um cardiologista, considerando os possíveis efeitos colaterais e interações com outros tratamentos.
Reversão do ritmo:
– Trata-se de um procedimento médico usado para reverter as arritmias cardíacas e restaurar o ritmo normal do coração.
– Existem duas estratégias principais: a cardioversão elétrica (choque elétrico) e a reversão do ritmo com remédios.
- Cardioversão Elétrica (choque elétrico):
– Realizada em ambiente hospitalar, este procedimento utiliza um choque elétrico controlado para reorganizar os sinais elétricos do coração.
– O paciente recebe sedativos para garantir o conforto e retirar a dor. Em seguida é aplicado uma corrente elétrica através no peito do paciente de maneira precisa.
- Reversão do ritmo com remédios:
– Neste método, medicamentos específicos, como antiarrítmicos, são administrados para restaurar o ritmo cardíaco normal sem o uso de choques.
– Também é realizado em ambiente hospitalar.
– Ambas as estratégias são altamente eficazes, mas a escolha do método depende da gravidade da arritmia, das condições de saúde do paciente e da duração da arritmia.
– Antes do procedimento, exames como ecocardiograma e anticoagulação adequada podem ser necessários para garantir a segurança do paciente e prevenir complicações, como a formação de coágulos.
Ablação por cateter:
– Trata-se de um procedimento minimamente invasivo realizado para tratar arritmias cardíacas.
– Consiste na introdução de um cateter fino por uma veia (geralmente na virilha) até o coração, onde é utilizado para localizar os focos anormais de atividade elétrica que causam os distúrbios da condução elétrica coração.
– Após identificar o local exato, uma energia de radiofrequência ou crioablação (frio extremo) é aplicada para destruir ou neutralizar essas áreas.
– A ablação por cateter é considerada segura e eficaz, com altas taxas de sucesso e recuperação rápida, permitindo que muitos pacientes retomem uma vida normal sem sintomas.
Marcapasso:
– O marcapasso é um dispositivo implantável utilizado para regular os batimentos cardíacos, especialmente em casos de bradicardia (batimentos lentos) ou bloqueios cardíacos
– O aparelho consiste em um gerador de pulsos elétricos e eletrodos que são conectados ao coração. Esses pulsos ajudam a manter um ritmo cardíaco adequado, garantindo que o coração bombeie sangue de forma eficiente.
-Trata-se de um procedimento realizado em ambiente hospitalar, minimamente invasivo e sob anestesia.
– Após o procedimento, é necessário acompanhamento médico regular para monitorar o funcionamento do dispositivo e ajustar os parâmetros, se necessário.
Possíveis Sequelas
– Se não tratadas, algumas arritmias podem causar complicações graves, como:
Acidente vascular cerebral (AVC):
– Principalmente em pacientes com fibrilação atrial, devido à formação de coágulos no coração.
Insuficiência Cardíaca:
– O coração pode perder a capacidade de bombear sangue de forma eficiente.
Morte Cardíaca Súbita:
– Em casos raros, arritmias graves como taquicardia ventricular ou fibrilação ventricular podem levar ao óbito.
Acompanhamento
– O acompanhamento regular com um cardiologista é essencial para monitorar o progresso e ajustar o tratamento.
– Durante as consultas, o médico pode revisar os sintomas, realizar exames de rotina e ajustar medicamentos para evitar complicações.
Conclusão
– As palpitações podem variar de situações inofensivas a condições graves que ameaçam a vida.
– Reconhecer os sinais de alerta e buscar ajuda médica é fundamental para garantir um coração saudável.
– Se você sente palpitações frequentes ou tem histórico familiar de doenças cardíacas, agende uma consulta com um cardiologista para uma avaliação completa e personalizada.
Saber que sintomas causa logo depois da arritmia e muito importante