Dr. Fernando Chiodini – Cardiologia e Cardiologia intervencionista em Adrianópolis Manaus

– A gordura no fígado, conhecida como esteatose hepática, é um problema de saúde cada vez mais comum.

– Ela pode parecer inofensiva no início, mas, quando não tratada, pode evoluir para doenças graves, como inflamação hepática e cirrose.

– Neste artigo, você entenderá o que é a gordura no fígado, suas causas, consequências, sintomas, diagnóstico e as melhores formas de tratamento.

Cardiologista – Dr. Fernando Chiodini

– Se você procura um atendimento diferenciado, em uma consulta sem pressa e que te avalia de maneira integralatualizado e baseado nas principais evidências científicas, continue lendo para conhecer melhor o Dr. Fernando!

– O Dr. Fernando Chiodini é médico cardiologista formado pelo melhor hospital especializado em cardiologia do país: Instituto do Coração da USP.

– Acompanha vários pacientes com gordura no fígado e possui grande experiência no assunto.

-Foi membro do corpo clínico de grandes hospitais, como Hospital Israelita Albert Einstein e Hospital Alemão Oswaldo Cruz.

– Entusiasta da pesquisa científica e do ensino médico: Possui doutorado em andamento pela USP-SP, com mais de 10 artigos científicos e 4 capítulos de livros publicados. É professor do departamento de clínica médica da Universidade Federal do Amazonas. 

Veja algumas opiniões de pacientes reais do Dr. Fernando

O que é a Gordura no Fígado?

– A gordura no fígado, chamada atualmente de Doença Hepática Esteatótica Metabólica, ocorre quando há acúmulo excessivo de gordura nas células do fígado.

– Esse acúmulo pode acontecer sem causar inflamação (forma mais leve da doença) ou pode evoluir para uma condição mais séria chamada esteato-hepatite metabólica, que pode levar a fibrose, cirrose e até câncer de fígado.

Prevalência e Gravidade

– A gordura no fígado é muito comum, especialmente entre pessoas com sobrepeso, obesidade, diabetes tipo 2 e colesterol alto.

📌 No Brasil, estima-se que 30% da população tenha algum grau de gordura no fígado.
📌 Entre pessoas com obesidade e diabetes, esse número pode ultrapassar 70%.

– A maior preocupação é que a maioria dos casos não apresenta sintomas, o que dificulta o diagnóstico precoce. Muitas pessoas só descobrem a doença quando já desenvolveram complicações.

Impacto na Saúde

– A presença de gordura no fígado não é apenas um problema hepático – ela está associada a diversas doenças metabólicas e cardiovasculares.

🔴 Aumento do risco de infarto e AVC: Pessoas com gordura no fígado têm 30% maior chance de desenvolver doenças cardiovasculares.
🔴 Maior risco de diabetes tipo 2: O fígado gorduroso está ligado à resistência à insulina, favorecendo o surgimento do diabetes.
🔴 Complicações hepáticas: A evolução da doença pode levar à cirrose hepática, insuficiência do fígado e até necessidade de transplante.
🔴 Câncer de fígado: Em estágios avançados, o fígado comprometido pode desenvolver tumores malignos.

– Isso significa que a gordura no fígado não deve ser ignorada e precisa de acompanhamento médico adequado.

Principais Causas da Gordura no Fígado

Trata-se de uma doença multifatorial, ou seja, pode ser causada por vários fatores. As principais causas incluem:

✔️ Obesidade e sobrepeso: O excesso de gordura corporal favorece o acúmulo de gordura no fígado.
✔️ Resistência à insulina e diabetes: Alterações no metabolismo do açúcar no sangue aumentam o risco de esteatose hepática.
✔️ Alimentação rica em gorduras e açúcares: O consumo excessivo de carboidratos refinados (pães, massas, doces) e gorduras saturadas contribui para o acúmulo de gordura no fígado.
✔️ Colesterol e triglicerídeos elevados: O descontrole favorece o depósito de gordura no fígado.
✔️ Sedentarismo: A falta de atividade física prejudica o metabolismo e favorece o acúmulo de gordura no fígado.
✔️ Genética e histórico familiar: Pessoas com casos de esteatose na família têm maior predisposição a desenvolver a doença.

✔️ Consumo excessivo de álcool: Pode levar a um tipo diferente de gordura no fígado, chamada esteatose hepática alcoólica, que também pode ser grave.

Principais Consequências

– A gordura no fígado pode evoluir de forma progressiva, passando por diferentes estágios:

📌 Esteatose Simples – Acúmulo de gordura sem inflamação. Pode ser reversível com mudanças no estilo de vida.
📌 Esteato-hepatite Metabólica– Fase mais grave, com inflamação e risco de fibrose hepática.
📌 Fibrose Hepática – Formação de cicatrizes no fígado, comprometendo sua função.
📌 Cirrose Hepática – Estágio final da doença, com falência do fígado, risco de câncer e necessidade de transplante.

– Quanto mais cedo a doença for identificada, maiores as chances de evitar complicações.

Existe rastreamento para gordura no fígado?

– O rastreamento para diagnóstico precoce deve ser considerado para grupos de risco específicos.

– A frequência dependerá dos achados clínicos e laboratoriais. Em casos sem sinais de fibrose ou complicações, recomenda-se avaliação periódica a cada 1 a 3 anos.

– De acordo com as recomendações mais recentes, o rastreio é indicado para:

Pessoas com obesidade ou sobrepeso – Trata-se do principal fator de risco.
Pessoas com diabetes tipo 2 – Pacientes diabéticos apresentam alto risco de desenvolver MASLD.
Indivíduos com síndrome metabólica – Pessoas portadoras hipertensão, resistência à insulina, colesterol aumentado e obesidade.
Pacientes com histórico familiar de doença hepática avançada – Histórico de cirrose ou fibrose hepática na família pode indicar maior predisposição.

Métodos de Rastreamento

📌 Ultrassonografia de abdômen – Exame inicial recomendado para detectar gordura no fígado, indicado para pessoas com fatores de risco.

📌 Exames de sangue –Ajudam a estimar o risco de fibrose hepática significativa.

Principais Sintomas

– Na maioria dos casos, a gordura no fígado não causa sintomas. No entanto, quando a doença evolui, pode haver:

Cansaço e fadiga constante.
Dor ou desconforto no lado direito do abdômen.
Inchaço abdominal.
Perda de apetite e náuseas.
Pele e olhos amarelados (icterícia, em casos avançados).

– Se você apresenta esses sintomas, procure um médico para avaliação!

Como é Feito o Diagnóstico?

– O diagnóstico da gordura no fígado é feito por meio de exames clínicos e de imagem.

– Os principais exames incluem:

📌 Ultrassonografia de abdômen – Exame inicial que detecta a presença de gordura no fígado.
📌 Elastografia hepática – Avalia a rigidez do fígado, ajudando a identificar fibrose.
📌 Ressonância Magnética com espectroscopia – Exame mais preciso para quantificar a gordura e fibrose hepática
📌 Exames de sangue – Avaliam enzimas responsáveis pela função do fígado e ajudam a detectam inflamação.

– Em alguns casos, pode ser necessário realizar biópsia hepática, principalmente se houver suspeita de fibrose avançada ou cirrose.

Tratamento da Gordura no Fígado SEM uso de remédios

– O foco seria nas mudanças no estilo de vida, principalmente na correção dos fatores metabólicos que contribuem para o acúmulo de gordura hepática.

– Essas mudanças podem reverter a esteatose hepática e prevenir sua progressão para quadros mais graves, como fibrose e cirrose.

Perda de Peso

– A perda de 5% a 10% do peso corporal é considerada suficiente para reduzir significativamente a gordura no fígado e melhorar a função hepática. Quando há sinais de inflamação ou fibrose, uma redução maior pode ser necessária.

– A perda de peso deve ser feita de forma gradual e saudável, evitando dietas extremamente restritivas que podem levar à desnutrição.

Algumas orientações para emagrecer de forma saudável são:

  • Reduzir a ingestão calórica diária sem comprometer a nutrição.
  • Priorizar alimentos naturais e evitar produtos ultraprocessados.
  • Fazer refeições regulares para evitar picos de fome e compulsão alimentar.
  • Buscar acompanhamento com nutricionista para um plano alimentar individualizado.

– Caso queira saber mais sobre o tratamento da obesidade, CLIQUE AQUI. Elaboramos um artigo bem completo sobre o assunto.


Atividade Física Regular

– A prática de exercícios físicos é essencial para melhorar a sensibilidade à insulina, reduzir a inflamação e diminuir a quantidade de gordura acumulada no fígado.

– Idealmente, devem ser praticados pelo menos 150 a 300 minutos por semana de exercícios aeróbicos, combinados com treinos de força pelo menos duas vezes na semana.

Algumas sugestões são:

  • Exercícios aeróbicos (como caminhada, corrida, natação e ciclismo).
  • Treinamento de resistência/musculação – Ajuda a melhorar o metabolismo, aumentar a massa muscular e reduzir a gordura visceral.


Dieta equilibrada:

– Uma dieta equilibrada é fundamental para a saúde do coração. Prefira alimentos naturais como frutas, verduras, legumes, grãos integrais e fontes de gordura saudável, como azeite de oliva e peixes ricos em ômega-3.

– Esses alimentos são ricos em fibras, antioxidantes e nutrientes essenciais que ajudam a controlar o colesterol, reduzir a pressão arterial e melhorar a função cardíaca.

– Evite alimentos ultraprocessados, ricos em sal, açúcar e gorduras trans, pois esses componentes aumentam o risco de aterosclerose (acúmulo de placas nas artérias), hipertensão e obesidade, que são fatores de risco importantes para doenças cardiovasculares.

– Evitar Bebidas Alcoólicas: O álcool é um dos principais fatores que agravam a inflamação hepática e pode acelerar a progressão da doença para quadros mais graves, como cirrose. O ideal é evitar completamente ou reduzir ao máximo o consumo de bebidas alcoólicas.

Dicas práticas:

  • Inclua cinco porções de frutas e vegetais por dia, garantindo variedade e cores diferentes para obter diversos nutrientes.
  • Reduza o consumo de bebidas adoçadas e refrigerantes, optando por água, chás naturais e sucos sem adição de açúcar.
  • Opte por carnes magras, como frango e peixe, e laticínios com baixo teor de gordura, limitando o consumo de carnes vermelhas e embutidos.
  • Use temperos naturais como ervas e especiarias para reduzir o uso de sal nas refeições.
  • Inclua oleaginosas (castanhas, nozes) com moderação, pois são fontes de gorduras saudáveis que beneficiam o coração.

Tratamento da Gordura no Fígado COM uso de remédios

– O pilar FUNDAMENTAL é o tratamento das Doenças Associadas a gordura no fígado:

Diabetes tipo 2 – O controle adequado do açúcar no sangue reduz o risco de progressão da doença hepática.

Colesterol e triglicerídeos elevados – Manter os níveis de lipídios controlados evita o acúmulo de gordura no fígado e reduz o risco cardiovascular.

– Caso queira saber mais sobre o tratamento de colesterol elevado, CLIQUE AQUI.

Hipertensão arterial – O controle da pressão arterial ajuda a proteger a saúde cardiovascular.

– Caso queira saber mais sobre a pressão alta, CLIQUE AQUI.

Obesidade e resistência à insulina – A perda de peso e o tratamento adequado da resistência à insulina são fundamentais para reverter a esteatose hepática.

Medicamentos COM Benefício no Tratamento da Gordura do Fígado

– Atualmente, não existe um medicamento específico aprovado exclusivamente para tratar a gordura no fígado.

– No entanto, em alguns casos, o uso de certos remédios pode ser indicado para reduzir a inflamação hepática, melhorar o metabolismo e evitar a progressão da doença.

💊 Glitazonas – Trata-se de um medicamento antidiabético que melhora a sensibilidade dos tecidos à insulina e também pode ajudar a reduzir o acúmulo de gordura no fígado e diminuir os processos inflamatórios hepáticos.

💊 Vitamina E – Mais estudos são necessários para solidificar o seu benefício, porém estudos científicos mostraram redução significativa da inflamação e gordura no fígado.

Medicamentos SEM benefício no tratamento da gordura do fígado

– Embora muitos produtos sejam divulgados como benéficos para a saúde hepática, nem todos possuem evidências científicas sólidas que comprovem sua eficácia. Alguns podem até ser prejudiciais, retardando o tratamento adequado.

– A seguir, listamos algumas substâncias sem comprovação de eficácia ou com benefícios questionáveis no tratamento da gordura no fígado:

🔴 Silimarina (extrato de cardo-mariano) – Frequentemente divulgada como protetora do fígado, a silimarina pode ter efeitos antioxidantes, mas não há evidências fortes de que reduza a gordura no fígado ou previna a progressão da doença.

🔴 Cúrcuma (açafrão-da-terra) – Apesar de seus potenciais efeitos anti-inflamatórios, não há estudos clínicos robustos mostrando que a cúrcuma trate ou reverta a esteatose hepática.

🔴 Chá verde (extrato de catequinas) – Embora alguns estudos sugiram que o chá verde possa ajudar na perda de peso, não há evidências sólidas de que ele tenha um impacto significativo na gordura hepática.

🔴 Óleo de coco – Frequentemente promovido como um “superalimento”, o óleo de coco é rico em gorduras saturadas, podendo piorar o metabolismo hepático e aumentar o acúmulo de gordura no fígado.

🔴 Suplementos à base de alcachofra, boldo ou chá de carqueja – São populares na “limpeza do fígado”, mas não têm efeito comprovado na redução da gordura hepática.

🔴 Colágeno hidrolisado – Não há qualquer evidência de que o consumo de colágeno tenha efeito sobre a gordura no fígado.

🔴 Suplementação de ômega-3 em cápsulas – Embora os ácidos graxos ômega-3 possam ter efeitos positivos no perfil lipídico, não há comprovação de que o consumo isolado em cápsulas reduza a gordura no fígado. Seu benefício é maior quando consumido através da alimentação (peixes como salmão, sardinha e atum).

🔴 Hormonais bioidênticos ou testosterona – Não há comprovação de que a reposição hormonal, sem indicação médica, tenha efeito positivo sobre a esteatose hepática.

Conclusão

– A gordura no fígado é um problema comum e silencioso, mas pode ser revertida com mudanças no estilo de vida.

– O diagnóstico precoce é fundamental para evitar complicações graves, como cirrose e câncer hepático.

– Se você tem fatores de risco ou sintomas, consulte um médico para avaliação e comece a cuidar do seu fígado hoje mesmo!

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